Um grupo de desconhecidos incendiou, na madrugada de sábado, em Chimoio, província moçambicana de Manica, sede do partido Podemos, que apoia o candidato presidencial de Venâncio Mondlane.
O incêndio ocorreu quando três membros do Podemos estavam no interior do edifício, no bairro Texáfrica, um dos quais tinha sido avisado por telefone do alegado ataque minutos antes do lançamento de um engenho explosivo caseiro, segundo o próprio jogo.
Segundo fonte da Polícia da República de Moçambique, o caso começou esta manhã a ser investigado por elementos do Serviço de Investigação Criminal (Sernic), no sentido de apurar se se tratou de um “ato criminoso ou de um incêndio provocado pelos próprios”. . , mas ainda não há novas informações.
Há cerca de uma semana, também em Manica, centro do país, foram incendiadas pelo menos três sedes da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder) naquela província.
“Queremos condenar este comportamento, porque não é um comportamento político saudável a coexistência de muitos partidos no nosso país”, explicou o primeiro secretário provincial da Frelimo em Manica, Tomás Chitlhango.
Nestes vandalismos foram destruídos equipamentos e propriedades informáticas e queimados documentos do partido.
Pelo menos 67 pessoas foram mortas e outras 210 foram baleadas num mês de manifestações para contestar os resultados das eleições gerais em Moçambique, indica uma atualização da organização não-governamental (ONG) moçambicana Plataforma Decisão Eleitoral.
Segundo o inquérito publicado no sábado por aquela plataforma de monitorização eleitoral, em Moçambique ainda houve pelo menos 1.326 detenções após os protestos de 21 de outubro a 21 de novembro, mas neste caso ainda está pendente uma atualização da Ordem dos Advogados de Moçambique, que. forneceu informações legais. apoio nesses processos.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane convocou estas manifestações, que degeneram em confrontos com a polícia – que tem recorrido a tiros e gás lacrimogéneo para os dispersar – como forma de contestar a atribuição da vitória a Daniel Chapo, candidato apoiado pelo Partido da Libertação Festa. A Frente Moçambique (Frelimo, no poder), com 70,67% dos votos, segundo os resultados anunciados a 24 de outubro pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), que ainda não foram validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.
O Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, convidou os candidatos presidenciais às eleições gerais de 9 de outubro para uma reunião no dia 26 de novembro para “discutir a situação do país no período pós-eleitoral”.
A reunião terá lugar no gabinete de Filipe Nyusi, em Maputo, terça-feira, pelas 16h00 (14h00 em Lisboa) e foram convidados os candidatos Daniel Chapo, Venâncio Mondlane, Lutero Simango e Ossufo Momade, estes três últimos que não reconhecem o anunciado. resultados. pela CNE.
Venâncio Mondlane e Lutero Simango confirmaram, no entanto, a sua disponibilidade para participar nesta reunião, mas entre outras exigências querem uma agenda clara para a reunião.
O Presidente moçambicano afirmou que as violentas manifestações pós-eleitorais criam o caos e que “semear o medo nas ruas” enfraquece o país.
“Prometo que, até ao último dia do meu mandato, usarei todas as minhas energias para pacificar Moçambique (…). Mas para ter sucesso nesta missão, precisamos de todos nós e de cada um de vocês (…) Os moçambicanos devem estar juntos para resolver os problemas”, afirmou Nyusi, numa mensagem à nação, terça-feira.
Apelando a “libertar-se do egoísmo” no processo pós-eleitoral, o chefe de Estado, cujo mandato termina em Janeiro, garantiu que o Governo está aberto a encontrar “uma solução” para a actual situação, marcada por greves e consecutivas manifestações convocadas de Venâncio Mondlane.
Fuente
Endless Thinker