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PCP sustenta que refundar o INEM passa por “contratar mais” e “valorizar carreiras e profissões”

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O secretário-geral do PCP defendeu hoje que a “única refundação” que o INEM necessita é dotá-lo daquilo que deve e não tem, numa referência ao reforço dos seus recursos humanos e à valorização dos seus profissionais.

Em declarações aos jornalistas após reunião com os Bombeiros Voluntários de Sacavém, no concelho de Loures (distrito de Lisboa), Paulo Raimundo foi questionado sobre as declarações do ministro da Saúde, que considerou ser necessário fazer uma “refundação do INEM”.

“A única refundação que o INEM precisa é de fazer o que o INEM deve e não faz”, respondeu o secretário-geral do PCP, defendendo que o instituto precisa de “mais técnicos, avaliar carreiras e profissões, consertar e contratar mais gente”. “

“E tem também de ser capaz de garantir que os protocolos que tem com os bombeiros são cumpridos – mais de 90% de toda a assistência é prestada pelos bombeiros – e que os preços pagos aos bombeiros são valorizados”, afirmou.

Paulo Raimundo sustentou que “só aumentando os preços pagos aos bombeiros será possível às associações não só viverem sem contar os seus cêntimos todos os dias, mas também valorizarem as carreiras e os salários dos seus próprios profissionais”.

“Portanto, a refundação que o INEM precisa é esta: fazer o que está escrito e não foi implementado. Eu sei onde o ministro quer chegar com esta refundação: já disse várias vezes que este Governo – e tenho que tirar isso – é o chapéu – consegue sempre, em torno de cada problema que surge, criar uma nova oportunidade de negócio para as empresas privadas”, afirmou.

Questionado se considerava que a privatização do INEM poderia estar em causa, Raimundo respondeu: “A partir do momento em que ninguém teve muita clareza de que nos iriam excluir, ficámos muito preocupados”.

Sobre o encontro com os Bombeiros Voluntários de Sacavém, Raimundo destacou que os bombeiros respondem por “mais de 90% de toda a assistência prestada no país” e sustentou que é preciso ter “as condições para isso”.

“As condições humanas – melhores condições de trabalho e salariais para os bombeiros – e as condições físicas para poder responder, ou seja, os recursos e, em particular, a questão das ambulâncias”, disse.

O secretário-geral do PCP afirmou que, “infelizmente”, o que tem acontecido é que a opção política fundamental deste Governo “não corresponde às necessidades das populações, nem do Serviço Nacional de Saúde (SNS), nem da ajuda “.

Por sua vez, em declarações aos jornalistas, Mário Pina, da direcção da associação dos Bombeiros Voluntários de Sacavém, destacou que a principal actividade do seu corpo de bombeiros é justamente ajudar a população e afirmou ter alertado as autoridades políticas que “o cumprimento das protocolos com o INEM são essenciais”, salientando que tal não tem sido o caso.

Mário Pina sublinhou nomeadamente que os protocolos “devem ser acompanhados de viaturas e não o são”, destacando que a frota automóvel dos Bombeiros de Sacavém está “envelhecida e tem custos de manutenção elevados”, além do custo com combustível.

“Mas o principal problema atualmente são as pessoas: atualmente é difícil escolher as pessoas por causa dos baixos salários que ganham. Trabalhamos 24 horas por dia, temos quatro equipes, cada equipe é composta por duas pessoas, então temos oito pessoas – e recebemos um subsídio fixo de 6.690 euros”, afirmou.

Sobre o novo protocolo de cooperação a assinar entre o INEM e a Liga dos Bombeiros, Mário Pina considerou que “de forma alguma” irá responder aos problemas do seu corpo de bombeiros, sublinhando que é apenas “ligeiramente melhor remunerado” que os protocolos anteriores . e é trimestral.

“Pode ajudar ou contribuir para esta época gripal, mas do ponto de vista mais geral, e dos protocolos dos bombeiros com o INEM, não vai resolver”, afirmou.

Fuente

Endless Thinker

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