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Paulo Pascoal (parte 1): “Chamei meu livro de ‘O Quarto Negro’. O título é uma sátira, um quarto lugar de opressão, sendo o primeiro dos últimos”

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Paulo Pascoal tem uma história de vida que tornaria possível um filme ou série de sucesso mundial, composta de muitas glórias, desafios e sombras. Já chegou um livro, pois acaba de publicar a obra autobiográfica “X 4 PRXTX” do Sistema Solar, com o diário que escreveu aos 18 anos quando se mudou para Nova Iorque com a mãe e o padrasto.

Em seu livro, Paulo conta com generosidade e liberdade a experiência deste ano vertiginoso na cidade que nunca dorme, onde os sonhos nascem e morrem.

José Fonseca Fernández

Foi o ano da descoberta do corpo, da sexualidade, do turbilhão da metrópole e de um adolescente que viveu a lei do desejo e que começou a dar os primeiros passos na moda e na música em “Grande Maçã”após uma fase de repressão e encerramento num colégio sacerdotal em Espanha.

Mas isso é apenas um breve “quebra-cabeça” da vida de Paulo, cheia de capítulos incríveis. Como o facto de, mais tarde, ter sido uma estrela pop da música angolana. Uma carreira interrompida abruptamente por um incidente no palco e, sobretudo, pelo acidente do preconceito contra artistas queer. O episódio e sua repercussão são contados por Paulo Pascoal nesta primeira parte. Mas vamos lá.

José Fonseca Fernández

Paulo diz que se considera um sonhador, sonha muito, acredita que é preciso conseguir nos reimaginar além do nosso condicionamento. Que às vezes a ficção é necessária para aliviar os atritos da vida.

O que mais? Paulo usa o mesmo perfume há 25 anos, “The Dreamer” da Versace. É sobre rotinas. E é de manhã. Ele sempre levanta de madrugada, dorme com a janela aberta, medita, se espreguiça e sai para tomar café no jardim, faça chuva ou faça sol.

Vá à academia todos os dias para garantir sua longevidade. E ele troca a peruca para recuperar o anonimato. “H.Hoje em dia não existo sem peruca, tenho muitas perucas, mais do que deveria.”

José Fonseca Fernández

O seu currículo é extenso, como artista multidisciplinar, e abrange música, teatro, cinema e televisão. Na televisão, integrou o elenco de séries como “Morangos com Açúcar” (2004), “Voo Direto” (2010), “Depois de Adeus (2012)”, “Coração d’Ouro” (2016), “Lua de Mel” (2022), “Lusitânia” (2023) entre outros.

No cinema, foi protagonista dos filmes “Corpo Namoro” de Carlos Motta, “Beco do Imaginário” de Romano Cassellis, “A Viagem do Rei” de João Pedro Moreira, “Pele Escura” de Graça Castanheira, “Fado Menor” de Salvador Gutiérrez, entre outros. No teatro trabalhou em produções de Cão Solteiro, Nova Companhia, Rabbit Hole e mais regularmente no Teatro Praga.

Nuno Raposa

A beleza das pequenas coisas

Atualmente é co-apresentador da mostra semanal Avenida Marginal na RDP África, e faz parte da equipa curatorial da nova exposição de Julianknxx no CAM (centro de arte moderna) da Gulbenkian, com inauguração prevista para Fevereiro de 2025. E, esta mesma semana, em Novembro Dias 23 e 24, parte da performance “We Should Be Dreaming” com Sonya Lindfors e Maryan Abdulkarim no Alkantara Festival.

A primeira pergunta que nos fazemos nos coloca no espaço e no tempo: se a sua vida fosse uma série, ou um filme, com que capítulo ou cena começaria?

José Fonseca Fernández

Como você sabe, o genérico é assinado por Márcia e conta com a colaboração de ele tinha levado. Os retratos são de José Fernández. E o design de som deste podcast é João Ribeiro.

A segunda parte deste episódio estreia na manhã deste sábado. Boa audição!

Fuente

Endless Thinker

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