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Crédito Agrícola cobra juros superiores a 5% nos empréstimos, dá 1% nos depósitos e vê lucros dispararem 55%

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Este é um novo recorde nos resultados de outro banco a operar em Portugal. Agora, foi o Crédito Rural que obteve lucro de R$ 347,1 milhões entre janeiro e setembro deste ano, 55% a mais que no mesmo período do ano passado. Na verdade, esse resultado é superior ao lucro obtido em todo o ano de 2023, que não chegou nem a R$ 300 milhões e foi o maior resultado registrado pelo menos desde 2007.

Mais: tal como o sector, o Crédito Rural também conseguiu registar um lucro nos nove meses de 2024 que mais do que duplica o de 2022, abaixo dos 150 milhões. O grupo cooperativo, sempre necessitado de coletar dados do rede de cerca de 70 bancos agrícolas regionais, é normalmente o último dos bancos nacionais a apresentar contas.O retorno sobre o capital, indicador que mede a atratividade dos investimentos, foi de 17,8%.

O grupo bancário é quem mais condiciona essas contas, embora as seguradoras do universo do Crédito Rural tenham contribuído positivo. Nos resultados do banco, a margem financeira continua a desempenhar um papel fundamental.

Malte Mueller/Getty Images

Sistema financeiro

Margem financeira cresce 10%, mas desacelera

A margem financeira, que resulta genericamente da diferença entre os juros cobrados no crédito a clientes e os juros pagos nos depósitos de clientes, fixou-se em 593 milhões de euros, mais 10% que no período homólogo, de acordo com os resultados apresentados. pelo Crédito Agrícola esta quarta-feira. , 20 de novembro, por meio de comunicado à imprensa (há anos que ele não dá entrevista coletiva).

A taxa média de crédito de clientes situou-se em 5,59% (foi de 4,38% nos nove meses anteriores), enquanto a taxa média de depósitos de clientes foi de 1,02% (comparável a 0,16% do ano anterior). Os juros dos empréstimos têm sido reduzidos trimestralmente, com a revisão dos contratos indexados à Euribor, mas a distância em relação ao custo dos depósitos ainda é importante.

O crédito a clientes cresceu 1,5% em relação a dezembro, ultrapassando R$ 12 bilhões, mas graças aos empréstimos concedidos a empresas, houve queda nas pessoas físicas.

Apesar da baixa remuneração média (tendo em conta que aqui se incluem os investimentos a prazo, com juros, e os investimentos correntes, normalmente sem juros), os depósitos registam um crescimento de 6% face ao final de 2023, totalizando 21.000 milhões de euros.

Menos provisões

Ou seja, as taxas de juro do BCE estão a descer e a tendência é que a margem financeira diminua devido à queda e posterior estabilização da Euribor. Mas em 2024 este comportamento não teve um efeito tão imediato e não impediu o registo, embora o pico das taxas de juro já tenha ficado para trás. No Crédito Rural acontece o mesmo que nos restantes bancos: com exceção do Novo Banco, todos registaram lucros superiores aos do ano passado.

A queda nas taxas de juros aliviará a pressão sobre os clientes com crédito imobiliário num futuro próximo, já que a revisão dos contratos reduzirá as parcelas. Desta forma, foi reduzido o esforço de imparidade que o banco tem de criar para reconhecer perdas de crédito antecipadas. A rubrica provisões e imparidades passou de uma contribuição negativa de R$ 71,7 milhões, até setembro de 2023, para R$ 8,3 milhões, no mesmo período de 2024.

Contudo, o Crédito Agrícola apresenta um rácio de inadimplência de 6,1%, acima do mercado e do desejado pelos supervisores.

A evolução da margem e das provisões permitiu uma recuperação dos lucros apesar dos custos terem aumentado quase 7%, tanto ao nível dos custos com pessoal como dos custos gerais e administrativos. Os rácios de capital do grupo cooperativo são elevados, acima dos 24%, também porque o excesso de capital não é distribuído sob a forma de dividendos aos associados, ao contrário do que acontece noutros bancos comerciais.

Fuente

Endless Thinker

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