A Procuradoria-Geral da República prometeu que a justiça irá aguardar a conclusão dos vários inquéritos à actuação do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) antes de emitir qualquer sentença ou acusação relativa às mortes. Em Setúbal, em declarações aos jornalistas, Amadeu Guerra admitiu que “pPode haver uma situação de negligência no cuidado às pessoas”, mas reiterou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) “vai investigar tudo o que a investigação possa saber”.
“As atribuições dos crimes podem ser diferentes entre as investigações. A negligência no cuidado pode estar em jogo. (…) Se chegarmos à conclusão de que existem responsabilidades de terceiros que não sejam pessoas do INEM, iremos investigar. E quando chegamos à conclusão de que alguém é responsável, apresentamos a respetiva acusação”, disse Amadeu Guerra.
As palavras do procurador, que tomou posse há cerca de um mês, surgiram quase uma hora depois de o Ministério Público (MP) ter anunciado uma nova investigação, desta vez sobre a morte de um homem de 53 anos, em Pombal. No total, o MP já abriu oito inquéritos (um deles arquivado), sete deles na semana passada, relativos a casos em Bragança, Cacela Velha, Vendas Novas, Almada e Tondela.
Amadeu Guerra acrescentou que o Ministério Público também está a investigar como foram decretados os serviços mínimos no INEM, se foram decretados, e explicou que as autoridades “vão abordar esta questão e quais as implicações que pode ter, mas não significa que seja óbvio .” “Não sei em que circunstâncias foram determinados os serviços mínimos, por isso são utilizadas investigações para saber o que aconteceu concretamente”, disse.
O procurador espera ainda que, como sempre, “todas as investigações sejam céleres”, mas sublinhou que “o objetivo da celeridade não depende apenas” da PGR e “depende de outras entidades”, até porque os casos em causa envolvem casos de morte . “Na maioria deles foram feitas autópsias e, por isso, temos de esperar que o Instituto de Medicina Legal apresente os resultados, que por vezes demoram mais do que eu gostaria”, notou.
O processo contra António Costa continua “pendente”
Amadeu Guerra foi também questionado sobre o estatuto da Operação Influencer, iniciada há mais de um ano e que resultou na demissão do então primeiro-ministro, António Costa. No final do mandato de Lucília Gago, a PGR esclareceu que “o ex-primeiro-ministro não foi acusado” e Amadeu Guerra disse no final de outubro que António Costa continua sob investigação.
Perante os jornalistas, o procurador-geral tentou “esclarecer melhor” a sua afirmação, começando por dizer que “os processos aguardam o tempo que for necessário e, quando chegarmos à fase final, apresentamos a acusação ou encerramos o processo”. “O que significa que nenhuma acusação foi apresentada e nenhum caso foi aberto ainda.”
Acrescentou ainda, tal como no final de Abril, que “existe um conjunto de documentos que foram apreendidos nas buscas efectuadas pelos procuradores que conduziram as investigações” durante as buscas à residência do ex-primeiro-ministro, e isso set “Não foi completamente verificado.”
Sobre Álvaro Sobrinho, antigo presidente do BES Angola, Amadeu Guerra disse que a PGR fez “um pedido de processo”, destacando que existem “elementos da investigação original que têm a ver com factos que estão a ser investigados”. Uma investigação do SIC descobriu, em Agosto, que Álvaro Sobrinho renunciou à nacionalidade portuguesa em 1984 mas continuou, até 2024, a utilizar documentos portugueses, tendo regressado a Luanda sem cumprir o prazo de identidade e residência decretado pelos tribunais.
“Todos sabem e é público que ele não tinha nacionalidade portuguesa. [É preciso] Verifique se se apresenta ou não como cidadão português. Não vou dizer qual é o crime, são os procuradores que decidem qual o crime imputado”, disse Amadeu Guerra, sobre o antigo presidente do BES Angola, acusado de ter desviado 400 milhões da subsidiária angolana. do Banco do Espírito Santo.
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Endless Thinker