O presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, no Porto, Tiago Mayan, admite ter falsificado as assinaturas do júri do Fundo de Apoio ao Associativismo do Porto.
Esta é a ata da reunião do júri do Fundo de Apoio à Associação Portuense, datada de 16 de setembro, que foi elaborada e falsificada por Tiago Mayan.
“Esta ata não foi lavrada pelo júri nem por este assinada, tratando-se de um documento falso com assinaturas de outra pessoa”, lê-se na ata da reunião que decorreu na quarta-feira entre o júri e o executivo da associação.
Segundo o documento, a que a Lusa teve hoje acesso, Mayan, confrontado com o documento, confirmou “que foi ele quem preparou o documento e colocou as assinaturas, atribuindo-se essa responsabilidade a si mesmo, isentando todos os restantes membros da sua equipa de qualquer responsabilidade”. “. culpa do executivo e dos funcionários”.
As suspeitas surgiram depois de, numa reunião realizada online na segunda-feira, o júri ter questionado Tiago Mayan sobre os prazos para declarações antes da audiência.
“Ao que respondeu que já tinha enviado por correio eletrónico a minuta do referido relatório há 15 dias”, diz a ata, acrescentando que “na tentativa de transferir o ónus da responsabilidade para o júri” foi realizada uma reunião presencial será realizado. Uma reunião presencial foi então marcada para quarta-feira.
“Ao analisar todos os documentos constantes de uma pasta partilhada no servidor do conselho, o júri confirmou a existência de um auto (…) cujo conteúdo responsabiliza o júri pelo pedido de dispensa de audiência prévia, imputando-lhe requisitos de cumprimento de prazos.
Em causa está o Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense, que nesta edição teve um valor global de 875 mil euros.
Tal como nas edições anteriores, o apoio é dado pelas juntas de freguesia às associações, sendo que o município atribui um orçamento máximo de 120 mil euros a cada freguesia.
As freguesias devem enviar o relatório final do júri até 30 de junho, tendo em vista a celebração de um contrato interadministrativo com o município para atribuição de apoios.
As UF de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde não cumpriram este prazo, tendo sido notificadas pela autarquia, no início de setembro, para enviar a documentação antes de 20 de setembro, para aprovação dos respetivos contratos.
A assinatura do contrato com a diretoria fazia parte da reunião privada do executivo no dia 30 de setembro, mas acabou desistindo.
Na altura, fonte da câmara esclareceu que uma associação enviou uma carta contestando o procedimento, alegando que o relatório tinha sido aprovado sem audiência prévia dos interessados, “em violação da lei e das condições do programa aprovado”. pela câmera”. “
Em comunicado pessoal enviado na noite de quinta-feira, Mayan afirmou que “não foram reunidas as condições pessoais para continuar ocupando” o cargo.
“Hoje tomei a decisão muito difícil de abdicar dele”, disse Tiago Mayan, acrescentando que o motivo é “de sua inteira responsabilidade”.
“Obriga-me apenas, isentando desta responsabilidade os demais membros do conselho de administração ou quaisquer colaboradores, que nunca tiveram conhecimento ou interferência direta ou indireta nos atos ou omissões que cometi”, acrescentou.
Tiago Mayan foi eleito, em setembro de 2021, presidente da direção com 36,92% dos votos, pelo movimento independente “Rui Moreira: Aqui Há Porto”, apoiado pela Iniciativa Liberal (IL), CDS, Nós Cidadãos e MAIS.
Ana Júlia Furtado, José Ramos, Laura Lages Brito, Germano Castro Pinheiro, Tiago Lourenço (PSD) e Cláudia Bravo (PSD) foram eleitos para o conselho executivo da direcção.
Tiago Mayan, antigo candidato presidencial da IL, formalizou a sua candidatura à liderança do partido em julho porque estava insatisfeito com a liderança do partido e entendia que a IL precisa de alcance, amplitude e ousadia.
Fuente
Endless Thinker