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Benedita Pereira (parte 1): “Não tolero intolerância. Mas antes disso há espaço para conversar. E as artes ajudam muito a pensar”

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“Somos boas pessoas.”

Esta é uma das frases mais repercutidas da peça “Lung”, do dramaturgo e diretor inglês Duncan Macmilan. A atriz Benedita Pereira conseguiu trazer este espetáculo para Portugal há dois anos e desempenhou-o de forma brilhante ao lado do ator Tomás Alves, primeiro no Teatro Meridional e depois no Teatro Maria Matos, em Lisboa.

O texto de “Lung” traduz o quão desafiadora, perturbadora e até tóxica pode ser a comunicação de um casal, com seus medos, desejos, paradoxos e sonhos.

Uma montanha-russa emocional que nos faz questionar quem somos, o que queremos, o que desejamos e como isso combina ou não com a pessoa que temos ao nosso lado e amamos.

“Somos boas pessoas.”

Quantas vezes essa frase pode ser uma armadilha, uma falácia, uma frase vazia de conteúdo que dizemos para acalmar o nosso ego, se for dita sem questionamento, sem escuta, sem empatia, sem desconstrução, sem olhar crítico para nós mesmos, para outros . e o meio ambiente?

Esta pergunta é feita no início deste podcast.

José Fonseca Fernández

Em tempos de grande polarização da sociedade, com discursos populistas e de ódio tomando espaço e em meio a tumultos, injustiças sociais e ataques à democracia e aos direitos humanos, o que significa ser uma boa pessoa e como devemos nos posicionar? Benedita responde.

A atriz diz que é no teatro onde mais tem atuado nos últimos anos e agora apresenta mais uma peça, “Telhados de Vidro”, até 17 de novembro, no Teatro da Trindade, em Lisboa. Um drama contemporâneo sobre o poder, as ideologias opostas entre pessoas que se amam e as diversas nuances, faturas e ângulos da traição.

E aqui falamos de um incidente ocorrido numa das últimas apresentações, que revela o lado único do teatro, onde tudo pode acontecer.

Muitos lembram de Benedita como a primeira protagonista de “Morangos com Açúcar” com apenas 17 anos. Mas muita coisa aconteceu desde então.

Aos 22 anos decidiu emigrar para Nova Iorque com o desejo de aprofundar a sua aprendizagem, com pessoas diferentes, numa língua que não era a sua mas que se tornou uma, para alargar os seus horizontes e, sobretudo, para não deixar ele mesmo seja engolido. para a “máquina” televisiva que estava tão bem lubrificada (e tão boa para ele!). Mas eles tiveram a coragem e a audácia de aspirar a ser mais do que queriam ser. E ele foi embora.

Acabou se apaixonando pela cidade que nunca dorme e pelas infinitas oportunidades que ela apresentava e lá permaneceu por mais de 7 anos. Estudou em diversas escolas, fez teatro independente, cinema, publicidade e um pouco de televisão. Ele fez amigos para a vida toda. Ele amava a cidade e a odiava. E aqui ele revela as razões desses sentimentos contrastantes.

Benedita conta neste podcast como na América aprendeu a amar a diversidade e a sentir-se parte dela, mas acima de tudo aprendeu a valorizar todas as oportunidades que lhe ofereciam. Fazer um teste já foi uma vitória, um dia de trabalho foi uma benção! Especializado em sotaques (em inglês). E cansou-se de explicar que em Portugal se fala português e de tentar ser “latina” para conseguir papéis. E há vários exemplos que ele dá sobre isso neste episódio.

A atriz regressou a Portugal quase completando 30 anos, mas sempre com um pé pequeno na América. Voltou a ser protagonista de uma novela, fez filmes e séries e continuou a sua carreira internacional (integrando o elenco de séries como “Versalhes”, “A Lista Negra” ou o filme “Ascensión”), mas foi no teatro. Nos últimos anos ele reencontrou a menina de 8 anos que queria ser atriz.

Coincidente ou não, foi depois de ser mãe durante a pandemia que todos os espetáculos teatrais se sucederam: dramas, comédias, tragicomédias (seu gênero preferido), personagens complexos e muito diversos, o que a fez amadurecer como atriz mais que suficiente . do que nunca.

Mas quem é Benedita Pereira (ou Benny, como gosta de ser chamada) na fila do pão, fora dos ecrãs e fora dos palcos? Essa é a pergunta inicial da primeira parte deste podcast.

José Fonseca Fernández

A beleza das pequenas coisas

Como você sabe, o genérico é assinado por Márcia e conta com a colaboração de ele tinha levado. Os retratos são de José Fernández. E o design de som deste podcast é João Ribeiro.

A segunda parte deste episódio estreia na manhã deste sábado. Boa audição!

Fuente

Endless Thinker

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