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Advogado do agente que atirou em Odair Moniz aponta caso de “defesa legítima” e nega contradições na PSP

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O advogado do agente da PSP que disparou contra Odair Moniz confirma que a posição do seu cliente é a mesma da Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública e lembra que, em Portugal, ainda existe a presunção de inocência.

Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos, foi baleado por um agente PSP na madrugada do dia 21 de outubro, no bairro Cova da Moura, na Amadora, acabando por falecer pouco depois no hospital.

De acordo com a PSPO homem fugiu” em um carro após avistar um carro da polícia e saiu da estrada. Ao ser abordado pelos agentes, “ele teria resistido à prisão e tentado agredi-los com arma branca”.

O agente de 27 anos, atualmente em licença médica, foi acusado por simples homicídio.

“Prevalecem o segredo de justiça e o sigilo profissional”

Na semana passada, surgiu a notícia de que os agentes da PSP envolvidos na morte de Odair teriam confessado que afinal não tinham sido diretamente ameaçados pela vítima com uma arma afiada na mão.

Questionado sobre se estas declarações são falsas, o advogado Ricardo Serrano Vieira apenas confirma que a posição do agente da PSP é a mesma da Direção Nacional e recusa dar mais detalhes.

“Estamos num momento em que prevalecem o sigilo judicial e o sigilo profissional. Posso apenas dizer isso? [a posição do agente da PSP] “Vai contra o que disse a Direção Nacional”, explica em entrevista à SIC Notícias.

“O que posso dizer é que há um conjunto de atos que são sequenciais. Essa operação policial não pode ser individualizada apenas naquele momento. Existe um todo antes, durante e depois. E com as restrições que existem neste momento, por força do sigilo profissional e do segredo judicial, terei que ter cuidado com as respostas que estou a dar.”

Ricardo Serrano Vieira afirma que, “numa primeira análise, tudo indica legítima defesa”. Ainda assim, considera que este tipo de operações “são sempre complexas”.

“Você tem experiência mais que suficiente para ser um policial.”

Neste caso, o agente da PSP está arrependido ou certo dos seus atos? “Qualquer agente da lei, neste tipo de situação, tem um misto de emoções”, é a resposta do advogado.

“Por um lado, você não consegue parar de pensar no resultado e de tentar rever todos os passos que foram dados e, de alguma forma, sentir remorso pelo ocorrido. Mas também, se você fez de acordo com os procedimentos que sempre lhe ensinaram e para os quais sempre foi treinado, aqui você quase entra em um conflito interno porque entende que fez tudo de acordo com o que era o protocolo.”

O advogado explica que o agente prestou declarações, sem a presença de advogado, à Polícia Judiciária no dia do incidente, mas que ainda não foi ouvido pela Inspeção-Geral da Administração Interna: “Estamos à espera de declarar”.

Na entrevista, Ricardo Serrado Vieira garante ainda que o agente, que exerce a função de agente policial há cinco anos, “tem experiência mais do que suficiente para ser funcionário da autoridade”.

Fuente

Endless Thinker

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