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Conscientização sobre a demência: quando a informação se torna um fardo?

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A demência, uma doença cerebral crónica progressiva, tornou-se cada vez mais presente no debate público nos últimos anos. Campanhas como o Mês de Conscientização de Setembro, eventos educativos e folhetos ajudaram a informar melhor o público sobre o cabelo e seus sintomas. No entanto, parece que toda esta informação nem sempre produz o efeito desejado.

Os dados mostram que a demência é a segunda doença mais temida nos idosos, depois do cancro. Nas últimas duas décadas, as actividades de sensibilização sobre esta doença tornaram-se uma parte central dos esforços para reduzir o estigma que lhe está associado. Embora estas campanhas tenham ajudado a sensibilizar o público, permanece o facto inegável de que ainda existem conceitos errados.

demência
FOTO: Shutterstock

O último relatório da Alzheimer’s Disease International (ADI), uma organização internacional de apoio aos pacientes e suas famílias, mostra que quase 80 por cento das pessoas entrevistadas ainda acreditam que a demência é uma parte natural do envelhecimento – ainda mais do que há cinco anos.

Um equívoco semelhante é generalizado entre os profissionais de saúde, que deveriam ser os que quebram, e não perpetuam, os mitos.

A demência não é causada por má alimentação ou família

No nosso colectivo perguntamo-nos frequentemente se a consciência intensa não conduz sequer a um medo maior e a uma sensação de desamparo em algumas pessoas.

Tisa Pavlovčič
Tisa Pavlovčič
FOTO: Arquivo da empresa BrainTrip

Embora as campanhas visem reduzir a estigmatização, os resultados da investigação mostram que a responsabilidade pela prevenção de doenças é muitas vezes (involuntariamente) transferida para os indivíduos e suas famílias. Quase dois terços dos entrevistados acreditam que a demência é o resultado de um estilo de vida pouco saudável. Isso pode fazer com que os pacientes se sintam responsáveis ​​por sua doença.

Mais de 40 por cento das pessoas acreditam que a demência resulta da falta de apoio familiar, o que pode aumentar a pressão sobre aqueles que já cuidam dos seus entes queridos. Pensemos: não é crucial que a consciência não crie encargos e culpa adicionais para indivíduos já sobrecarregados e suas famílias?

Tudo isso nos leva à questão de como isso se reflete em suas vidas reais.

Preocupe-se mais com quem não deveria

Pessoas extremamente ansiosas vêm ao nosso consultório, onde realizamos testes cognitivos. Para muitos, trata-se apenas de um esquecimento normal relacionado com a idade, que as pessoas muitas vezes confundem com sinais precoces de demência. Como parte do projeto mais recente, também conduzimos uma pesquisa sobre as preocupações com a demência entre os idosos.

O texto foi elaborado no projeto Homopolitikus do think tank político do Institute for Political Management. A coluna representa a posição do autor e não necessariamente da equipe editorial de 24ur.com.

Os resultados mostraram que as preocupações subjetivas sobre a demência são muitas vezes inconsistentes com a situação real. Observámos até que pessoas com melhores capacidades cognitivas estavam mais ansiosas, sugerindo que a sensibilização sem soluções adequadas pode causar carga psicológica adicional.

É por isso que precisamos oferecer às pessoas mais do que apenas informações.

Mais paz, menos medo e vergonha

São necessários serviços tranquilizadores, como aconselhamento profissional e testes cognitivos, para ajudar os indivíduos a compreender a sua condição sem ansiedade indevida. Na nossa experiência, aqueles que decidem fazer o teste ficam muitas vezes muito aliviados ao saber que a sua condição não é tão má como temiam. Isto mostra como é importante que a sensibilização seja acompanhada de serviços e apoio concretos.

O estigma associado à demência permanece forte. Muitas vezes é expresso como estigma interno, como medo e preconceito que as pessoas vivenciam dentro de si. Depois de reconhecerem os sintomas da demência, muitos afastam-se da sociedade por medo do que os outros irão pensar – embora muitas vezes não experimentem quaisquer exemplos concretos de comportamento negativo.

É, portanto, crucial que a sensibilização vá além da simples educação sobre os sintomas e se concentre na redução dos sentimentos de vergonha e no incentivo à procura de ajuda profissional sem medo de julgamento. Só desta forma poderemos nós, como sociedade, garantir que a sensibilização não se torne uma fonte de fardo adicional, mas sim um apoio para a melhoria da qualidade de vida.

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Endless Thinker

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