O exército israelense cerca o complexo de uma das poucas instalações médicas parcialmente funcionais no norte, após bombardear o prédio.
Mais de 150 pacientes e funcionários estão presos no Hospital Kamal Adwan em Beit Lahiya enquanto o exército israelense sitia as instalações médicas, disse a Defesa Civil Palestina em Gaza à Al Jazeera.
As forças israelenses invadiram o hospital no norte de Gaza na sexta-feira e ordenaram que os pacientes fossem para o pátio principal, informou a agência de notícias Wafa, enquanto realizavam prisões em massa.
O ataque ocorreu um dia depois de tanques israelitas terem bombardeado o complexo hospitalar, uma das poucas instalações médicas ainda em funcionamento no norte do enclave, quando o cerco israelita entrava na sua terceira semana.
Segundo o diretor do hospital, Hussam Abu Safia, a unidade de cuidados intensivos foi gravemente danificada pelo ataque do tanque. Ele alertou que o hospital poderia se tornar uma vala comum, já que um paciente morria a cada hora como resultado do ataque militar israelense.
Hani Mahmoud, da Al Jazeera, reportando de Deir el-Balah, no centro de Gaza, disse que testemunhas e médicos no local disseram que incêndios começaram, dificultando a evacuação das pessoas do prédio e a operação das ambulâncias.
Pacientes feridos e aqueles com outras complicações de saúde foram arrastados para fora dos edifícios e para o pátio do hospital, informou Mahmoud.
“Isso está acontecendo num momento em que se esperava que o combustível chegasse ao hospital para alimentar os geradores de energia”, disse Mahmoud. “É difícil imaginar que o hospital possa manter as suas operações agora que está sob ataque direto do exército israelense”.
Ele disse que havia uma forte presença militar na área, com dezenas de tanques israelenses cercando o complexo médico.
Os militares israelitas disseram que as tropas continuavam as operações terrestres em toda a Faixa de Gaza e alegaram que tinham desmantelado infra-estruturas e túneis e matado combatentes na área de Jabalia, no norte.
Ele não comentou a situação imediata em relação aos hospitais e campos.
Hospitais sob fogo
Um segundo centro médico no norte de Gaza, o Hospital Indonésio em Beit Lahiya, foi desativado na segunda-feira, quando soldados israelenses invadiram uma escola e detiveram os homens antes de incendiarem o centro. O fogo atingiu os geradores do hospital, causando queda de energia.
Mahmoud, da Al Jazeera, disse que os painéis solares no telhado também foram danificados, “deixando o Hospital Indonésio sem qualquer fonte de energia”, mesmo para salva-vidas, como incubadoras.
Os evacuados do Hospital da Indonésia foram transferidos para o Hospital Kamal Adwan, uma instalação de médio porte que luta para acomodar pacientes além de sua capacidade.
As Nações Unidas afirmaram que não conseguiram chegar aos três hospitais no norte de Gaza – Hospital Kamal Adwan, Hospital Indonésio e Hospital Al Awda – apesar de exigirem acesso para permitir a entrada de ajuda.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU disse estar “cada vez mais preocupado com a forma como os militares israelenses estão conduzindo as hostilidades” no norte de Gaza, bem como com a “interferência ilegal na assistência humanitária e nas ordens que estão em vigor”, causando deslocamentos forçados.
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