Sem consenso no grupo de trabalho, os partidos acabaram por aprovar a realização de uma sessão solene no dia 25 de novembro no Parlamento, nos moldes da cerimónia de 25 de abril. A decisão acaba de ser tomada em conferência de líderes, com a aprovação da maioria de direita: PSD, CDS, Chega e IL.
À esquerda, todos os partidos manifestaram-se contra a imitação da sessão evocativa, e o PS deixou claro que não se opõe à realização da cerimónia, mas apenas à adoção de um modelo semelhante ao da sessão da Revolução dos Cravos.
Apenas o PCP reiterou a sua oposição directa à realização da sessão alusiva à operação militar de 25 de Novembro de 1975. considerando que pretende desvalorizar no dia 25 de abril. E, portanto, foi o único partido que se recusou a integrar o Grupo de Trabalho (GT) para discutir a cerimônia.
“A decisão foi tomada por maioria, porque entre os partidos de esquerda há quem rejeite qualquer iniciativa de comemoração do 25 de Novembro e outros não querem que a sessão tenha um modelo semelhante ao do 25 de Abril. 25 de abril “Abril de 1974 e 25 de novembro de 1975 são duas datas indissociáveis no caminho de Portugal rumo à democracia”, afirmou a líder parlamentar liberal, Mariana Leitão, em declarações aos jornalistas.
Segundo o modelo concluído esta terça-feira na reunião da Conferência de Dirigentes Parlamentares, a cerimónia terá honras militares e o hino nacional será ouvido no início e no final da cerimónia.
A sessão contará ainda com intervenções de todas as forças políticas, sendo atribuídos cinco minutos e meio a cada deputado. As últimas intervenções serão feitas pelo presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Foi no dia 25 de setembro que se decidiu criar um grupo de trabalho para discutir a sessão evocativa de 25 de novembro, uma vez que não houve consenso sobre o modelo de sessão na Conferência de Líderes. Mas sem unanimidade, a visão da maioria de direita acabou por vencer, em nova reunião hoje na Conferência de Líderes.
Recorde-se que toda a esquerda votou contra a proposta do CDS de comemorar todos os anos o 25 de Novembro de 1975 no Parlamento; apenas o PAN se absteve. PSD, CDS, Chega e IL votaram a favor. Na altura, a proposta dos liberais de incluir “a celebração do 25 de Novembro nas comemorações do cinquentenário do 25 de Abril” também suscitou críticas da esquerda, com os partidos a defenderem que as duas datas não podiam ser comparadas.
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Endless Thinker