A ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos considera que existe um “risco elevado em termos de sustentabilidade” nas propostas de desenvolvimento e investimento em redes de distribuição de gás natural, entre 2025 e 2029, e estudou cenários alternativos.
Em comunicado divulgado esta segunda-feira, a entidade deu a conhecer o seu “parecer sobre as propostas de planos de desenvolvimento e investimento nas redes de distribuição de gás natural, para o período 2025-2029”. [PDIRD-G 2024]no valor de 382,1 milhões de euros para efeitos tarifários, apresentado por um conjunto de 11 operadores de redes de distribuição de gás (ORD)”.
Segundo a ERSE, este valor “é 35% superior ao investimento aprovado no PDIRD-GN 2018 e que foi executado no período de 2019 a 2023”.
Assim, e “com base nos cenários de investimento propostos pelos operadores de rede, dados diferentes cenários de evolução do consumo de gás, não só até ao horizonte do PDIRD-G 2024 (2029), mas também projetando o consumo até 2040”, a ERSE considera que esta ser um risco elevado em termos de sustentabilidade a longo prazo nesta estratégia de desenvolvimento proposta.”
Por esta razão, e no sentido de “garantir a sustentabilidade do sector do gás numa perspectiva de longo prazo no quadro dos cenários e objectivos da política energética”, a ERSE estudou “cenários alternativos de investimento para efeitos de análise de sensibilidade, considerando um valor superior cenário de investimento”. , indicativo de uma visão optimista sobre o futuro do Sistema Nacional de Gás (SNG), e de um cenário de menor investimento, o que permite alguma segurança quanto à sustentabilidade futura do SNG.”
Os dois novos cenários identificados pela ERSE “assumem valores inferiores aos propostos pela ORD, correspondendo a revisões em baixa do investimento total de -28% (273,3 milhões de euros), valor em linha com o do último plano de investimentos aprovado PDIRD-GN 2018, e -54% (R$ 174,9 milhões), respectivamente”.
O regulador considera que “o risco para a sustentabilidade do SNG poderá ser mitigado, caso seja adotada nesta fase uma posição prudente, tanto nos pedidos de investimento do ORD que deverão figurar nas versões finais das propostas do PDIRD-G 2024 que serão submetida à aprovação do concedente, bem como nas diversas decisões finais de investimento que este possa tomar”.
A ERSE lembrou que estes investimentos “podem sempre ser revistos posteriormente, uma vez que haverá a possibilidade de revisão em alta destas decisões durante o processo de preparação das propostas do PDIRD-G 2026, que serão desenvolvidas no prazo de dois anos”.
A entidade considera que assumir agora a opção “de tomar decisões associadas a um investimento que poderá ser excessivo no futuro, imporá um risco e uma maior dificuldade na resolução da situação uma vez que os activos, que agora entraram em funcionamento, terão de ser amortizados e pagos em longo prazo, de 20 a 40 anos, mesmo que não sejam necessários.
Cabe agora aos operadores “considerar as recomendações do parecer da ERSE”, bem como o “parecer da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) e os comentários recebidos durante a Consulta Pública da ERSE n.º 121, na versão final ” . versões das propostas do PDIRD-G 2024 que deverão ser submetidas à aprovação do concedente.”
A ERSE lembrou que o seu parecer é enviado à ORD, com conhecimento da DGEG, tendo a ORD 60 dias para enviar as propostas finais do PDIRD-G 2024 à DGEG.
“A aprovação do PDIRD-G 2024 cabe ao membro do Governo responsável pela área da energia, após discussão na Assembleia da República”, concluiu.
Fuente
Endless Thinker