Defensor da redução de impostos em Portugal, num país onde as empresas e a sociedade vivem “em asfixia económica”, o presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal coloca o aumento de 4,7% nos salários – previsto como referência no acordo social assinado em início do mês – dependendo de “novas medidas”.
Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, no programa “Conversa Capital”, que vai ao ar este domingoArmindo Monteiro reafirmou que a meta de produtividade para aumentos salariais de 4,7% implicaria que a economia portuguesa cresceria 3,2% em 2025. O que não acontecerá.
“Temos que ser capazes de apresentar e materializar novas medidas para que o crescimento seja superior a 3,2%, caso contrário não haverá este aumento de produtividade”, disse, acrescentando que foi criado um grupo de trabalho que tem de apresentar medidas que permitam Isso acontecerá em 45 dias. O objetivo, explicou, é que Portugal atinja 75% da produtividade média da UE durante este mandato, um salto significativo face aos atuais 66%.
Relativamente à proposta de Orçamento do Estado para 2025, apresentada esta quinta-feira, gostaria que tivesse ido mais longe, “porque o país precisa de uma transformação económica”. Mas “é um Orçamento possível”, dadas as circunstâncias em que está a ser negociado, afirmou.
“Mais importante que a intensidade das medidas é o rumo”, destaca. “E este Orçamento vai na direção certa… É o início do caminho”, acrescenta.
Armindo Monteiro critica o que considera uma carga fiscal excessiva em Portugal, afirmando que os impostos que tivemos nos últimos anos serviram para encher os cofres do “Estado” e “não os bolsos dos portugueses”.
“Alguns partidos entendem que ser contra a redução de impostos sobre as empresas e ser contra a recuperação da economia tem recompensas eleitorais. Isto gera perplexidade”, sublinha. E sustenta que este não é o sentimento do país e que esta é uma forma de fazer política desligada da realidade. Questionado se se referia ao PS, disse: “Refiro-me ao principal partido da oposição”.
Taxas num país rico, num país pobre e prováveis aumentos salariais
Considera ainda que Portugal está sujeito a uma “asfixia fiscal”, com “taxas elevadas para baixos rendimentos”, e isso aplica-se tanto às empresas como às famílias. “Temos taxa máxima a partir de R$ 80 mil”, destaca. Para salientar: “Temos taxas de impostos de um país rico para um país pobre”.
O empresário Armindo Monteiro também critica o aumento da despesa, tendência que se tem acentuado. “Esse Orçamento disponibiliza mais R$ 10 bilhões para despesas. É muito e está aumentando a cada ano. “Estamos diante de um Estado que gasta cada vez mais.” E acrescenta: “Nunca vejo menos gastos”. “Estamos mais bem servidos [em serviços públicos]? Acho que não…”, diz ele.
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Endless Thinker