A Polícia Federal do Brasil concluiu que o ex-Presidente Jair Bolsonaro “planeou, agiu e controlou diretamente” a tentativa de golpe e tinha conhecimento do plano para assassinar Lula da Silva, foi anunciado esta terça-feira.
“As provas obtidas ao longo da investigação demonstram inequivocamente que o então Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, planejou, agiu e teve controle direto e efetivo sobre os atos de execução praticados pela organização criminosa que buscava o Golpe de Estado e a abolição do Estado Democrático de Direito”, diz o relatório divulgado pelo Supremo Tribunal Federal.
Segundo a Polícia Federal, o golpe de Estado não ocorreu “por circunstâncias alheias ao seu controle”.
Além disso, as autoridades policiais acreditam que o ex-presidente brasileiro tinha “pleno conhecimento” de um plano militar para assassinar o então presidente eleito, Lula da Silva, por envenenamento após as eleições de 2022.
O plano também visava matar o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
No comunicado de mais de 800 páginas, a Polícia Federal indica que “Jair Bolsonaro tinha pleno conhecimento do planejamento operacional (Punhal Verde e Amarelo), bem como das ações clandestinas realizadas em nome da Copa do Mundo de 2022”.
O plano, denominado “Punhal Verde Amarelo”, em referência às cores da bandeira brasileira, foi impresso no palácio presidencial, segundo a Polícia Federal.
“Consta nos autos que em 9 de novembro de 2022, após preparação e impressão do documento no Palácio do Planalto, [o general] “Mário Fernandes foi ao Palácio da Alvorada, onde estava o presidente Jair Bolsonaro”, diz o texto.
O resumo da investigação dá conta detalhada do turbulento processo político desencadeado no Brasil após as eleições de 30 de outubro de 2022, nas quais Lula da Silva derrotou Bolsonaro, então no poder, por uma estreita margem de menos de dois pontos, em uma resultado não reconhecido pelo agora ex-presidente.
Entre os 37 arguidos estão alguns dirigentes militares da ativa e da reserva, ex-ministros, pessoas próximas de Bolsonaro e até Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), liderado pelo ex-presidente.
O relatório contém centenas de mensagens trocadas pelos envolvidos, além de áudios e imagens.
O relatório é conhecido depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil o ter enviado hoje ao Ministério Público e levantado o sigilo judicial.
Após a análise, o MP decidirá se há provas suficientes para denunciar o ex-chefe de Estado brasileiro e os demais envolvidos perante o próprio Supremo Tribunal Federal.
O Ministério Público tem 15 dias para registrar a denúncia, mas esse prazo pode ser prorrogado caso você queira solicitar mais informações.
Após as eleições, houve bloqueios de estradas por caminhoneiros, Bolsonaro acampou fora dos quartéis pedindo intervenção militar e graves distúrbios em Brasília, incluindo uma tentativa de ataque a bomba perto do aeroporto da capital brasileira.
Nesse período, a Polícia Federal suspeita que tenha sido traçado um plano para acontecer no dia 1º de janeiro de 2023, dia da posse de Lula da Silva e dois dias depois de Bolsonaro, ainda sem reconhecer a derrota, ter viajado para os Estados Unidos. onde permaneceu por três meses.
No dia 8 de janeiro de 2023, enquanto o novo presidente brasileiro, Lula da Silva, estava nos arredores de Brasília visitando a cidade de Araraquara, no estado de São Paulo, atingida por fortes chuvas, um grupo de apoiadores radicais do antigo O presidente Jair Bolsonaro, influenciado por meses de desinformação sobre urnas eletrônicas e medo do comunismo, invadiu e atacou o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal Federal.
O ataque em Brasília foi semelhante ao ocorrido nos Estados Unidos por apoiadores do então ex-presidente, Donald Trump, derrotado nas urnas, antes da posse do atual chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, em 6 de janeiro. 2021.
Fuente
Endless Thinker