Mesmo sob ataque, Ana Paula Martins perdeu o apoio de outra figura social-democrata. Uma semana depois de defender a manutenção do ministro da Saúde, Luís Marques Mendes admitiu que Ana Paula Martins pode estar “dentro do prazo” e ser obrigada a demitir-se se as investigações abertas pelo Ministério Público concluírem que houve relação entre a greve do Samu e as mortes noticiadas. “Ele próprio assumiu essa responsabilidade”, recordou o comentador da SIC no seu comentário semanal no Jornal da Noite.
Para o social-democrata, a gestão da crise do INEM foi o primeiro “caso grave de desgaste do Governo” e demonstrou “inexperiência” pelos principais interessados. Em primeiro lugar, por parte do presidente do INEM que nunca deu “explicações completas” sobre falhas nos serviços mínimos durante a greve dos serviços de emergência. Apesar de Sérgio Dias Janeiro estar no cargo há pouco mais de quatro meses e o Ministério da Saúde ter declarado que ele é apenas um suplente, a atuação do presidente do INEM levou Marques Mendes a acreditar que o seu cargo pode estar em risco. “Ele está completamente contra as cordas”declarado.
O comentador da SIC lembrou ainda que oO secretário de Estado da Saúde foi “desautorizado” pela própria ministra quando Ana Paula Martins retirou a tutela do INEM e passou a ser sua tutela direta. Globalmente, Marques Mendes não demonstrou dúvidas sobre o estado deste ministério: É um ministério “enfraquecido”. “Poderia ser uma tragédia política de longo prazo, em dois, três ou quatro meses”.
Também na área da saúde, o eventual candidato presidencial do PSD destacou como “Erro desnecessário” a saída de Fernando Araújoex-diretor-geral do SNS, que poderia ter servido de “escudo protetor” ao ministro. Apesar de ter demitido após a vitória de Luís Montenegro, Marques Mendes lembrou que foi o Ministério da Saúde que o pressionou para tomar esta decisão.
Enquanto a crise sanitária nos lembra outras áreas da protecção do Estado com problemas – da justiça aos incêndios – Marques Mendes deixou uma sugestão ao primeiro-ministro e outra ao Presidente da República. Para o primeiro, o comentador do SIC propôs que fosse criada uma “comissão independente” para avaliar as zonas mais vulneráveis do Estado e propor soluções. Para o segundo, foi sugerida a convocação de um Conselho de Estado para “dar um impulso” a esta reforma do Estado.
As eleições de Donald Trump não surpreendem, mas preocupam
Apenas algumas semanas depois de ter sido reeleito presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump já fez mais de 10 nomeações para altos cargos no governo norte-americano. Quase todos têm gerado preocupação e críticas por parte de democratas de vários países, e o comentador da SIC também manifestou preocupação com os nomes apresentados.
O novo procurador-geral é um exemplo de “falta de modéstia”, disse o comentador do SIC, uma vez que vai chefiar o Departamento de Justiça depois de ser suspeito de abusos sexuais e utilização ilícita de fundos políticos. O novo secretário de Saúde, conhecido por negar as vacinas, é também outra escolha “séria” de Trump. Apelando à neutralidade, foi nomeado um novo diretor nacional de inteligência com ligações à Rússia. Por fim, a nomeação de Elon Musk também revela um “enorme conflito de interesses”.
Para Marques Mendes, estas eleições do presidente republicano não têm sido uma “surpresa”, mas geram preocupação porque podem “contaminar” democracias mais frágeis noutras partes do mundo.
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Endless Thinker