A comissão política do Juntos Pelo Povo decidiu por unanimidade aprovar a moção de censura ao Governo Regional da Madeira apresentada pelo Chega, cuja votação está marcada para 17 de dezembro, e mostrou-se disponível para enfrentar “qualquer cenário”.
“Precisamos de sanar esta situação. Estamos preparados para todos os cenários que surgirem. O nosso lema é ‘sempre em frente e sem medo'”, afirmou este domingo o secretário-geral do partido, Élvio Sousa, destacando que o Juntos Pelo Povo (JPP ) não teme nenhum cenário, inclusive eleições antecipadas. “Sabemos que os madeirenses estão fartos de eleições, mas também de corrupção. Todos os cenários são possíveis”, reforçou.
Élvio Sousa, também líder do grupo parlamentar do JPP, falava após a reunião da comissão política do partido realizada no Funchal, na qual o partido confirmou a decisão de votar a favor da moção de censura contra a minoria social-democrata. governo apresentado pelo Chega em 6 de novembro.
A comissão política do JPP manifestou ainda o seu repúdio a “todos os ataques levados a cabo pelo PSD e pelo CDS para subverter o princípio daquilo que foi e é um instrumento democrático de censura a este Governo”.
O secretário-geral do partido, o segundo da oposição madeirense, com nove deputados, considerou que a actual crise política na região começou quando Miguel Albuquerque disse ao representante da República na Madeira, após as eleições antecipadas de Maio, que tinha garantias de estabilidade e governação. “Na verdade, eu não os tinha”, disse, antes de acrescentar: “Os madeirenses estão cansados de mentiras, de gente que não diz a verdade, e temos que ultrapassar esta situação”.
Élvio Sousa considera que a “instabilidade política” na Madeira começou com o PSD e o CDS-PP, “seu aliado próximo”, partidos que estabeleceram um acordo de influência parlamentar, embora insuficiente para garantir uma maioria absoluta, que exige 24 deputados, uma vez que que juntos eles têm 21 representantes.
O líder do JPP destaca ainda o papel do Chega na crise política, ao apresentar uma moção de censura. “Não vamos permitir que o JPP tenha responsabilidades nesta matéria, nesta pequena guerra, neste jogo de interesses e confusão”, afirmou.
Élvio Sousa deixou, por outro lado, uma “mensagem de esperança, confiança e serenidade” aos madeirenses e alertou-os para não acreditarem nas palavras de Miguel Albuquerque, que “vão causar medo”. “Não faltará dinheiro, não faltarão pensões, não faltarão subsídios, não faltarão apoios ao desporto, não faltarão aumentos salariais na Madeira, não vai entrar em colapso por falta de governo”, afirmou, sublinhando que “este governo não governa há muito tempo”. “Penso que os madeirenses hoje têm vergonha deste governo”, disse.
Caso se confirmem as intenções de voto já anunciadas, a moção terá a aprovação garantida com os votos de JPP, Chega, PS e IL, que em conjunto têm maioria absoluta. Além do PSD, contam também no parlamento o CDS-PP (de acordo com os sociais-democratas) e o PAN.
De acordo com o regulamento da Assembleia Legislativa da Madeira, a moção de censura deveria ser discutida até segunda-feira, 18 de novembro, mas o parlamento aprovou-a em plenário, por maioria, com votos a favor do PSD e de um dos dois deputados do CDS-PP, o seu adiamento para 17 de dezembro, após o debate do Orçamento da região para 2025, que decorre entre 9 e 12 de dezembro.
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Endless Thinker