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COP29: “Países em desenvolvimento como Arábia Saudita, China e Brasil” também devem pagar pelas mudanças climáticas

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A 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas está a ser designada como a “COP das finanças”uma vez que uma das prioridades desta cimeira é discutir novos objectivos para apoiar financeiramente os países mais afectados pelas alterações climáticas, que são também as nações com rendimentos mais baixos.

A cimeira do clima começou na passada segunda-feira, dia 11, e termina esta sexta-feira, dia 22. Tal como nos últimos dois anos, houve algumas críticas relativamente à escolha do país (Azerbaijão) onde será realizada a conferência. Em 2022, a COP27 foi no Egito e, no ano passado, a COP28 foi nos Emirados Árabes Unidos. Dois países autoritários e produtores de petróleo..

Este ano, o cenário se repete novamente: os combustíveis fósseis constituem 90% das exportações do Azerbaijão.por isso é chamado de “petroestado”, e há uma história de violação dos direitos humanos no país. Também houve críticas ao presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, que era vice-presidente da Companhia Petrolífera Estatal da República do Azerbaijão (SOCAR). O actual Ministro da Ecologia e Recursos Naturais, nomeado para a presidência da COP29, foi também vice-presidente da mesma entidade.

É um país que “está em linha com os anteriores, do ponto de vista dos direitos humanos e da produção de combustíveis fósseis” e “a presidência deve ser o mais imparcial possível” porque “tem sempre um papel relevante na preparei textos e conclusões finais”, afirma Francisco Ferreira, fundador e presidente da associação ambientalista Zero, convidado deste episódio. Zero está na COP desde o dia 16.

Francisco Ferreira descreve a cúpula como “esquentar“, “exceto no que diz respeito a grande problema de financiamentoqual é o tema principal.” O ambientalista diz que é preciso “garantir que os países menos desenvolvidos possam receber fundos para mitigação e adaptação”. [às alterações climáticas]”. Defende também o fortalecimento do chamado “fundo para perdas e danos”, um mecanismo financeiro criado na COP27 que permite aos países lidar com os efeitos de catástrofes e eventos climáticos extremos.

Estes fundos são financiados pelas nações mais industrializadas e mais ricas, os “países desenvolvidos”, que são os mais poluentes. No entanto, Francisco Ferreira afirma que “é preciso também olhar para os países em desenvolvimento que são economias emergentes, por exemplo o caso da Arábia Saudita, um produtor de petróleo que realmente tem capacidade para prestar esse apoio. [financeiro] —, a própria China e eventualmente o Brasil.” Em outras palavras, é necessário expandir a base de doadores para economias emergentes com elevadas emissões.

Este episódio foi apresentado pela jornalista Mara Tribuna, com apoio de gravação de Salomé Rita e edição técnica de João Luís Amorim. O mundo aos seus pés é o podcast semanal dos editores internacionais do Expresso. O debate acontece de forma rotativa entre os jornalistas Ana França, Hélder Gomes, Mara Tribuna e Pedro Cordeiro. Inscreva-se e ouça mais episódios.

Fuente

Endless Thinker

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