Um tribunal argentino confirmou a pena de prisão de 6 anos de Cristina Kirchner. Os juízes também consideram que O ex-presidente daquele país está impedido de concorrer a cargos públicos e terá de pagar uma multa que ronda os 70 milhões de euros.
A decisão judicial, aprovada por unanimidade pelos juízes daquele tribunal, confirma a sentença de primeira instância imposta a Kirchner em 2022. Naquela épocaO ex-presidente, que governou a Argentina entre 2007 e 2015 e foi o número dois de Alberto Fernández entre 2019 e 2023, foi condenado por liderar uma organização criminosa que desviou dinheiro do Estado para fins pessoais durante seu mandato.
Kirchner sempre negou as suspeitas e afirmou que A Justiça agiu como um “pelotão de fuzilamento”, garantindo que As suspeitas não têm fundamento jurídico e que “as decisões sobre investimentos públicos são da competência exclusiva dos órgãos políticos e não existe qualquer norma jurídica que estabeleça limites à forma como a sua distribuição deve ser feita”.
A imprensa argentina e brasileira afirma que o ex-presidente deve recorrer da decisão ao Supremo Tribunal Federal. Caso isso aconteça, os juízes só deverão começar a analisar o recurso em março do ano que vem. E a decisão pode levar alguns anos. e oMesmo que ela seja condenada, é improvável que seja presa. Na Argentina, quem tem mais de 70 anos tem direito à prisão domiciliar. Kirchner tem 71 anos.
O caso investigado
Cristina Kirchner foi condenada por favorecer o empresário Lázaro Báez, empreiteiro da região de Santa Cruz (província onde os Kirchner iniciaram a carreira política) que obteve 51 empreitadas de obras públicas. As suspeitas remontam não só ao período em que o líder político foi eleito presidente, mas também ao momento em que Néstor Kirchner, seu marido, foi presidente (de 2003 a 2007).
Há dois anos, pela primeira vez na história da Argentina, um julgamento teve como réu um líder político no poder. A vice-presidente Cristina Kirchner foi condenada a seis anos de prisão por administração fraudulenta, crime de corrupção que implica inabilitação para cargos públicos. O político foi então absolvido da acusação de dirigir uma organização criminosa, figura jurídica difícil de provar.
“A pena não é de seis anos de prisão. A verdadeira sentença é a inabilitação perpétua para o exercício de cargos eletivos”, interpretou Cristina Kirchner, repetindo que “como disse há três anos, essa sentença já estava escrita”. A vice-presidente usou as redes sociais naquele momento para transmitir sua visão sobre o processo.
Fuente
Endless Thinker