A Coreia do Norte ratificou um acordo histórico de defesa com a Rússia, selando uma reaproximação no contexto da guerra de Moscovo na Ucrânia, informou esta terça-feira a agência de notícias oficial da Coreia do Norte, KCNA.
O acordo “foi ratificado na forma de um decreto” assinado pelo líder norte-coreano Kim Jong-un na segunda-feira, disse a KCNA. O presidente russo, Vladimir Putin, também assinou o tratado de defesa mútua, anunciou o Kremlin no fim de semana.
O tratado entre os dois países, assinado durante a visita de Putin a Pyongyang em junho, prevê “assistência militar imediata” recíproca em caso de ataque a um dos dois.
Segundo Kiev, cerca de 11 mil soldados norte-coreanos já foram destacados para a Rússia e começaram a combater os ucranianos em território russo na região de Kursk, uma pequena parte do qual está ocupada pelas forças ucranianas desde uma ofensiva lançada em agosto. Até à data, o Kremlin evitou questionar a presença de reforços norte-coreanos.
O acordo formaliza meses de aprofundamento da cooperação em segurança entre os dois países, que foram aliados durante a Guerra Fria.
“Pyongyang e Moscovo reivindicarão a legitimidade do envio do exército norte-coreano para a Rússia e afirmarão que esta ação é justificada pelo tratado ratificado entre os dois lados”, disse Hong Min, do Instituto para a Unificação Nacional, com sede na Coreia do Sul. . , “mesmo que o tratado não anule as resoluções da ONU que proíbem tal cooperação”.
Segundo o especialista, a ratificação do tratado abre a perspectiva de “implantações adicionais e potencialmente maiores” de soldados norte-coreanos na Rússia. Moscovo e Pyongyang aproximaram-se consideravelmente desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022.
O acordo também obriga os dois países a cooperar internacionalmente para se opor às sanções ocidentais e coordenar posições na ONU. O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choe Son-hui, disse durante uma recente visita a Moscou que Pyongyang “apoiaria firmemente os camaradas russos até o Dia da Vitória” e descreveu a ofensiva contra a Ucrânia como uma “luta sagrada”.
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Endless Thinker