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“Muitos dos nossos cidadãos perderam a vida em Moçambique”: mais de 100 pessoas baleadas e 16 mortas, hospitais sob pressão

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O presidente da Ordem dos Médicos de Moçambique (AMM), Napoleão Viola, afirmou hoje que pelo menos 108 pessoas foram baleadas e 16 morreram na violência pós-eleitoral dos últimos dias, admitindo que os serviços de saúde estão a colapsar sob a “pressão”.

“Em algumas unidades de saúde, infelizmente, há alguns serviços que começam a parar de funcionar, sobretudo serviços de ambulatório, consultas. Infelizmente, até algumas vacinas para crianças, que são muito importantes”, disse Viola, durante a marcha de protesto que contou com a participação de centenas de pessoas. as pessoas comemoraram. de profissionais de saúde, liderados por médicos, promovido hoje em Maputo.

“Até às últimas estatísticas que tínhamos feito, ocorreram cerca de 108 tiroteios, com 16 vítimas mortais. Infelizmente, esta é uma situação que está a ocorrer nas nossas unidades de saúde (…) por isso pensámos que valeria a pena fazer isto”. marchar (…) e dizer, chega de violência, chega de ataques, que todos nós, em paz, falemos e procuremos soluções”, afirmou ainda.

Os números que destaca são apenas os registados pela AMM: “Não temos capacidade para ter o controlo de toda a máquina a nível nacional e por isso, certamente haverá muitos mais casos a acontecer”.

Esta é a violência que se seguiu ao anúncio dos resultados das eleições gerais de 9 de Outubro pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), com a vitória presidencial de Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder ) desde 1975), com 70,67% dos votos.

Segundo a CNE, Venâncio Mondlane ocupa o segundo lugar, com 20,32%, mas não reconhece resultados, que ainda devem ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional, tendo convocado várias manifestações, uma greve geral de sete dias, a partir de 31 de Outubro e uma marcha nacional em Maputo no dia 7 de Novembro.

Estas manifestações, travadas pela polícia, degeneraram em confrontos, com recurso a gás lacrimogéneo e armas de fogo para dispersar os manifestantes, que, por sua vez, bloquearam ruas e avenidas, respondendo com pedras e pneus queimados.

A situação, que combina os feridos nos confrontos com a polícia e os efeitos da greve e dos bloqueios de estradas, que impedem a entrega dos profissionais de saúde, está a colocar “pressão” nos hospitais.

“As equipas têm sentido muita pressão ao nível das unidades de saúde, seja ao nível do Hospital Central de Maputo, do Hospital Central da Beira e de Nampula, os casos têm sido internados em grande número. Trabalhar nas casas, apoiar as equipas que estão de serviço, é uma pressão enorme”, reconheceu o presidente da AMM.

“Por outro lado, os colegas que estão de plantão têm tido dificuldades para se renderem. Aqueles que deveriam vir se render não vêm por problemas de transporte (…), no retorno não conseguem acessar suas casas porque há estradas bloqueadas. “E há até, infelizmente, alguns veículos médicos, ambulâncias, que foram atacados”, disse Viola.

Um cenário que garante que não será possível mantê-la por muito mais tempo: “Conseguimos ultrapassá-la, mas obviamente, se esta situação se mantiver, o mais provável é que não consigamos continuar a prestar serviços com a qualidade que eu acho que deveria acontecer.”

Daí a manifestação de hoje, a primeira a ter lugar em Maputo nos últimos dias sem incidentes com a polícia, como um “claro repúdio” à “violência gratuita”.

“Infelizmente vemos muitos dos nossos concidadãos a entrar nas unidades de saúde, vítimas de ferimentos de bala, vemos muitos dos nossos cidadãos perderem a vida por esse motivo, vemos muitos cidadãos sofrerem consequências graves por isso (…). Quero hoje, aqui e agora, em nome da saúde, em nome dos médicos, em nome de todos os profissionais de saúde, dizer basta de tiroteios e basta de violência”, finalizou Viola.

Fuente

Endless Thinker

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