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“Isto não é um acidente, não é um deslize”: BE acusa o presidente da Câmara de Loures de apoiar “o discurso e as políticas da extrema

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O líder parlamentar do BE afirmou hoje que as recentes declarações do presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão, relativamente aos despejos não foram um “deslize”, mas sim consistentes com um mandato “apoiado no discurso e nas políticas da extrema direita”.

“Nada disto nos surpreende. Não é um acidente, não é um deslize, é uma infeliz coerência da parte do presidente da Câmara de Loures que decidiu conceder mandato, do ponto de vista retórico, mas também do ponto de vista ponto de vista prático, apoiando-nos no discurso e nas políticas da extrema direita. Quem pôde observar o trabalho daquela Câmara Municipal pôde ver isso com muita clareza”, defendeu Fabián Figueiredo em conferência de imprensa na Assembleia Legislativa.

O bloquista afirmou que esta “não é a primeira, nem a segunda, nem a terceira declaração política que Ricardo Leão faz que o Chega pudesse ter dito”, exemplificando com posicionamentos sobre o acesso à alimentação escolar ou o que diz ter sido “o maior despejo no história de 550 pessoas”.

“O PS de Loures já ameaçou cortar a alimentação escolar das crianças cujos pais atrasam o pagamento”, criticou.

Fabián Figueiredo defendeu que “a proposta de alteração da regulamentação municipal é ilegal” e “não passaria pelo escrutínio de nenhum tribunal”, porque queria “culpar a todos por uma pessoa ter cometido um crime”.

Para o Bloco, esta é uma questão que “contraria um fundamento básico do Estado de Direito, que é o de não se aplicarem duplas penas” e o PS deve decidir “quem são os seus representantes públicos e com quem se senta ou não”. .” “. “Não me sinto confortável.”

“Lutamos contra o discurso da extrema direita, venha de onde vier. E aqui há uma concessão clara ao discurso da extrema direita, há uma concessão clara à desumanização do debate público, ao desenho da política social, que para nós é inaceitável”, afirmou.

Na quinta-feira, o presidente da Câmara de Loures esclareceu que apenas defende o despejo dos inquilinos de casas municipais que foram condenados e o caso transitou em julgado, garantindo que o município “cumprirá sempre a lei”.

O esclarecimento do autarca surge depois das declarações que fez quarta-feira, na reunião pública da Câmara de Loures, durante as quais defendeu o despejo “cruel” dos inquilinos das casas municipais que tinham participado nos distúrbios ocorridos na zona metropolitana. de Lisboa. após a morte do cabo-verdiano Odair Moniz, baleado por um agente da PSP.

“É óbvio que não quero que um criminoso que participou nestes factos, se for o proprietário do arrendamento, rescinda e seja despejado, ponto final, parágrafo”, afirmou então Ricardo Leão.

O autarca falou no final do debate sobre uma recomendação do Chega para alterar o regulamento municipal de habitação, permitindo que quem comete crimes seja despejado das casas municipais, que acabou por ser aprovada com os votos a favor do Chega, PS e PSD e contra a CDU.

As declarações de Ricardo Leão já foram publicamente criticadas por vários socialistas, nomeadamente pelas deputadas Cláudia Santos e Isabel Moreira, pelo ex-ministro da Educação João Costa e pelo eurodeputado Francisco Assis.

O líder do PS, Pedro Nuno Santos, destacou hoje que todos os eleitos do PS estão comprometidos com a lei, considerando que um momento pior para o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, não o define.

Fuente

Endless Thinker

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