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Presidente do Comitê da Carteira de Jornalistas "surpreso" com a renúncia de três membros

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A presidente da Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas (CCPJ) disse à Lusa que ficou “surpresa” com a demissão de três membros da organização, que, segundo ela, tiveram “muitas dificuldades em abordar a democracia”.

A Lusa noticiou na quarta-feira que três membros eleitos pelos jornalistas para o plenário do órgão renunciaram aos seus cargos em desacordo com a presidente da CCPJ, Licínia Girão.

“Fiquei surpreendido, tal como os restantes colegas que integram a CCPJ, com a demissão de três dos quatro membros eleitos na lista apresentada pelo Sindicato dos Jornalistas e que me convidaram para ser cooptado como presidente, um cargo para o qual fui eleita por unanimidade”, afirmou Licínia Girão, em resposta a perguntas da Lusa.

“A grande maioria das decisões tomadas pelo secretariado e pelo Plenário – que tem nove membros – foram tomadas por unanimidade, incluindo as contas e os relatórios de atividades, pelo que as declarações feitas não podem ser compreendidas”, continuou o responsável.

Acrescentou ainda que “as decisões que não tiveram a aprovação dos três ex-membros foram aprovadas por maioria, pelo que se pode concluir que estes têm muitas dificuldades em abordar a democracia quando as suas opiniões são contrárias”.

Sobre a questão financeira da CCPJ, Licínia Girão destacou que “foi este secretariado que deu a conhecer os problemas crónicos de falta de financiamento do Estado: está em causa um organismo público”.

E “tornamos pública toda a situação, com total transparência e frontalidade, aos governos e à Assembleia da República, como se pode verificar nas sessões em que participou o secretariado da CCPJ na Comissão Parlamentar de Cultura e Comunicação, que foram públicas “. e pode ser visto na página da ARTV”, destacou.

A secretaria “não aceita críticas, muitas delas infundadas, sobretudo a ‘má representação entre jornalistas e opinião pública’, ainda mais vindas de quem, no passado, criticou todas as iniciativas promovidas pelos jornalistas, seja através do Congresso dos Jornalistas, tanto o movimento que surgiu em torno do aumento das taxas de carteira como a recomendação insistente para que a secretaria não se reunisse nem ouvisse os jornalistas, o que é irónico”, enfatizou.

Licínia Girão acrescentou que o balanço do trabalho desenvolvido pelo secretariado nos últimos meses, “com o apoio maioritário do plenário, será apresentado, tal como nos anos anteriores, nos relatórios de atividades e de contabilidade e, mais uma vez, no que foi feito em benefício do jornalismo, dos jornalistas e da sociedade.

Depois, “as pessoas poderão fazer a sua avaliação”, destacou.

O responsável “lamenta a decisão de destituição de três dos membros do plenário”, lembrando que este “é composto por uma diversidade de membros eleitos pelos seus pares e legitimamente nomeados pelas principais associações representativas dos meios de comunicação social”.

A sessão plenária “existe precisamente para resolver democraticamente as legítimas diferenças de opinião que sempre existiram entre os membros da Comissão”, pelo que “é estranho que estas demissões ocorram no final do mandato, quando começa o processo eleitoral que irá eleger . abriu uma nova Comissão”.

Questionada se considera que o seu mandato está enfraquecido, a presidente sublinhou que “o que está em causa é uma questão da visão da CCPJ sobre o presente e o futuro”.

Ou seja, «há quem queira agarrar-se ao passado, em que a instituição só serve para emitir e caçar carteiras profissionais, enquanto a maioria dos membros do plenário tem uma visão mais progressista e pretende enfrentar a dificuldades e anseios que estamos enfrentando.” jornalistas de passagem”.

As diversas iniciativas “realizadas neste sentido, apesar da vontade minoritária dos que se demitiram e que não querem que nada – ou quase nada – seja feito”, acrescentou, lembrando que receberam “o apoio e a solidariedade” dos restantes associados . que compõem o plenário para continuar os trabalhos até o final do mandato.

“Conforme estabelece o regulamento da CCPJ, os três suplentes serão chamados a ocupar seus assentos no plenário, como já aconteceu em situações semelhantes ocorridas em mandatos anteriores. A democracia sempre encontra soluções para quem levanta problemas, portanto, neste ” “Neste momento, a prioridade é garantir com dignidade o cumprimento do mandato da actual Comissão e a implementação transparente do próximo processo eleitoral”, concluiu.

A eleição dos órgãos da CCPJ para o triénio 2025/2027 está prevista “para o final de janeiro”, encerrando o mandato com a tomada de posse dos novos membros.

As eleições foram aprovadas e marcadas no plenário de quarta-feira, assim como o calendário eleitoral.

Questionada sobre se pretende voltar a candidatar-se, Licínia Girão explicou que “de acordo com o regulamento da CCPJ, tal como acontece em outras organizações públicas, o presidente, mediante convite, é cooptado e eleito pelo plenário”.

Depois de Anabela Natário e Isabel Magalhães terem renunciado aos seus cargos no dia 24 de outubro, Miguel Alexandre Ganhão apresentou a sua demissão na quarta-feira, após sessão plenária.

Fuente

Endless Thinker

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