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Para todos os senhores que querem silenciar conteúdos sobre igualdade de gênero e questões LGBTQIA+, apresento a solução

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Hoje escrevo para quem se irrita com o que escrevo. Hoje escrevo a todos os Senhores (vou chamá-los assim respeitosamente de agora em diante) que estão cansados ​​de ver a “agenda LGBT” incutida em todos os conteúdos da Internet e até nas escolas. Os Lordes que acreditam que a procura da igualdade de género e de oportunidades é um perigo para o seu mundo estão, sem dúvida, certos. Um mundo onde uma mulher não é facilmente silenciada; um mundo que luta pela igualdade de acesso à educação de qualidade; um mundo que aspira à integração com menos capacidades económicas em vez de segregar; um mundo que quer que a cor da pele não dite o respeito que se tem por alguém; Não é o mundo ideal para estes senhores. Um mundo como o descrito poria em causa o seu poder. Portanto, não me surpreende que estes Senhores vejam os conteúdos sobre igualdade de gênero e direitos LGBTQIA+ como um perigo.

É verdade que, para você, tudo seria muito mais fácil de se encaixar e de arquivar cognitivamente se houvesse apenas duas opções para a existência das pessoas: ou você seria homem, com pênis, heterossexual; ou mulher, com vulva, heterossexual. Assim, dois padrões de gênero bem definidos, com características emocionais e estéticas sempre bem definidas e sem possibilidade de variações. Porém, caros senhores, esta sociedade que vocês idealizam não existe, nunca existiu e nunca existirá.

Até que aceitem a diversidade do mundo, eu e outros ativistas e comentaristas da área, como Catarina Marques Rodrigues, Paula Vem PintoSempre teremos algo para escrever, algo para comentar. Porém, não se preocupem, senhores, porque a solução para silenciar esse ativismo que tanto os incomoda, por incrível que pareça, está na sua frente e até na ponta da sua língua, é só uma questão de mudar de perspectiva .

Senhores antifeministas e anti-LGBT: a melhor forma de silenciar e deixar desempregados os que lutam pela igualdade de género, pelos direitos da comunidade LGBT e pela igualdade de oportunidades é manter a disciplina da Cidadania com conteúdos que nos ensinem estes temas nas escolas. Porque quem tem estes “laços ideológicos” são os Lordes contra os direitos LGBT e os antifeministas. São precisamente iniciativas como a inclusão de conteúdos sobre igualdade de género, orientação sexual e identidade de género na disciplina Cidadania que libertam as pessoas das “cadeias ideológicas”.

Quando você é livre para ser quem você é, não existem mais limitações, não existem mais padrões limitantes de gênero. E isso assusta pessoas limitadas. Vamos entender isso: não é porque querem mesmo que a sociedade seja toda heterossexual, cisgênero e com padrões de gênero seguidos de regras que isso se torna realidade. A sociedade como um todo não é assim. Pensar que se queremos muito, se acreditamos muito, a nossa crença, a nossa visão se torna real, não só é prejudicial, mas infantil: chama-se Pensamento Mágico e é típico das crianças. Cresçam, senhores, cresçam. E até que cresçam, realmente não importa se aparecerem.

Se eu tivesse tido Cidadania na escola com esse tipo de conteúdo, não precisaria fazer anos e anos de terapia para me sentir bem comigo mesmo. Se eu tivesse uma Cidadania que me explicasse que não existem apenas as opções de ser hétero ou homossexual – mostrando a opção hétero como preferencial, claro – talvez eu não tivesse tido minha sexualidade tão reprimida por vinte anos. Por incrível que pareça, se eu tivesse todas essas questões claras na cabeça, se não tivesse o trauma de tentar enfrentar tudo isso sozinho, talvez não tivesse o emprego que tenho hoje. No entanto, haveria outro, e certamente ficaria bem de qualquer maneira.

Não estou nada grato pelo meu trauma “porque me trouxe até aqui”, estou feliz por tê-lo superado e por ter tido a sorte de ter conseguido fazê-lo sem tirar a própria vida no processo. Infelizmente, são muitos os jovens que, por falta de acolhimento, passam por momentos muito difíceis que culminam no suicídio. Estive muito perto disso na minha adolescência. Por isso, os conteúdos diversificados ensinados na escola são essenciais para a saúde física e mental de crianças e adolescentes. Falar sobre diversidade LGBTQIA+ salva vidas, no sentido mais literal possível.

Dito isto, caros senhores, não optem por usar abas laterais apenas para ver o que se adapta aos seus padrões ideológicos. A diversidade existe e os patches não a fazem deixar de existir. Longe da vista não significa fora da vista. Tirem as viseiras, a luz é linda.



Fuente

Endless Thinker

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