Majid Tafreshi, embaixador do Irão em Portugal há um ano e meio, abriu as portas da sua residência oficial e serviu um longo pequeno-almoço a alguns jornalistas, preparado pela sua mulher, Parvaneh, que se apresentou timidamente no final.
Durante mais de duas horas, a conversa abordou a história do Irão e da Antiga Pérsia e dos territórios que outrora fizeram parte desse império. Foi por isso que o embaixador começou a falar sobre a ilegalidade da ocupação de terras palestinas, tema que ocupou grande parte do café da manhã.
É impossível fugir ao tema da guerra no Médio Oriente, especialmente quando nos encontramos na “casa” do embaixador de um país que é uma potência regional numa zona de ebulição e que financia vários pequenos exércitos que travam as suas próprias guerras em o nome dos interesses que têm em comum com o Irão, embora longe das fronteiras da República Islâmica.
Mesmo assim, Majid Tafreshi reforçou que o seu país acredita na paz e não quer que a guerra vá mais longe do que já foi. “Qualquer ataque contra o Irão deve ter uma resposta adequada, mas espero que nunca ocorra uma catástrofe, porque As consequências serão cada vez mais dolorosas. Portanto, é importante que a comunidade internacional tente deter o agressor, a mesma entidade que ocupa Gaza, ocupou o Sinai, ocupa as Colinas de Golã e já rejeitou centenas de resoluções das Nações Unidas. Vamos falar sobre o Irão, mas também sobre quem está do outro lado”. Quem está do outro lado é a “entidade” Israel, não o Estado de Israel. O Irão não reconhece Israel porque afirma que o Estado da Palestina também precisa de ser reconhecido.
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Endless Thinker