O risco de propagação da cólera no Líbano é “muito elevado”, alertou esta quarta-feira a Organização Mundial de Saúde, depois de ter sido detetado no país um caso de infeção aguda e potencialmente fatal, noticia a AFP.
A OMS acredita que existe o risco de a cólera se espalhar para centenas de milhares de pessoas deslocadas. “Se o surto de cólera se espalhar para os novos deslocados, poderá espalhar-se muito rapidamente”, disse Abdinasir Abubakar, representante da OMS no Líbano, numa conferência de imprensa.
O Ministério da Saúde do Líbano disse que um caso de cólera foi confirmado em um cidadão libanês que foi ao hospital na segunda-feira. O paciente, de Ammouniyeh, no norte do Líbano, não tinha histórico de viagens recentes, disse o ministério.
O Líbano sofreu o seu primeiro surto de cólera em 30 anos, entre 2022 e 2023, principalmente no norte do país. A doença, que causa diarreia intensa, vômitos e cãibras musculares, geralmente se deve à ingestão de alimentos ou água contaminados com a bactéria, explica a OMS. A agência de saúde da ONU alerta há meses que a doença pode reaparecer dada a “deterioração do abastecimento de água e do saneamento” entre as pessoas deslocadas e as comunidades que as acolhem.
Um ataque aéreo israelita destruiu a sede municipal de uma grande cidade no sul do Líbano e matou 16 pessoas, incluindo o presidente da câmara, no maior ataque a um edifício oficial do Estado libanês desde o início da campanha aérea israelita. As autoridades libanesas denunciaram o ataque, que também feriu mais de 50 pessoas em Nabatieh, capital da província.
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A Embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse ao Conselho de Segurança que os Estados Unidos estão atentos para garantir que Israel não desenvolva uma “política de fome” no norte de Gaza. Tal política seria “horrível e inaceitável e teria implicações ao abrigo do direito internacional e do direito americano”, disse o responsável.
“O Governo de Israel disse que esta não é a sua política, que os alimentos e outros suprimentos essenciais não serão cortados, e estaremos atentos para ver se as ações de Israel no terreno correspondem a esta declaração”, acrescentou Thomas-Greenfield.
Na terça-feira, Washington comunicou a Israel que deve tomar medidas nos próximos 30 dias para melhorar a situação humanitária no enclave palestiniano ou enfrentar possíveis restrições à ajuda militar dos EUA.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, convocou uma reunião de emergência na quarta-feira para discutir a extensão da ajuda humanitária a Gaza, disseram três autoridades que participaram da conversa, de acordo com o agência Reuters.
Gaza, depois dos ataques de domingo
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Outras novidades a destacar:
⇒ A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) informou que um tanque israelita disparou contra a sua posição perto de Kafer Kela, no sul do país, num incidente que se soma a relatórios semelhantes anteriores. Um tanque Merkava das Forças de Defesa de Israel disparou contra a posição da UNIFIL, destruindo duas câmeras de vigilância e causando danos à torre, descreveu a missão internacional das Nações Unidas em um comunicado.
⇒ A União Europeia e os países do Conselho de Cooperação do Golfo apelaram ao cessar-fogo na Faixa de Gaza, na Cisjordânia, em Israel e no Líbano, na primeira cimeira entre os dois blocos político-económicos. O conflito no Médio Oriente foi um dos principais temas de uma cimeira que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, qualificou de “histórica”. Na declaração conjunta aprovada no final da tarde, os dois blocos “expressaram grave preocupação com os acontecimentos em Israel, Gaza e na Cisjordânia”.
⇒ O Exército israelita confirmou que eliminou Jalal Motzfa Hariri, comandante do grupo xiita Hezbollah na região de Qana, no sul do Líbano, num atentado que deixou pelo menos 15 mortos, segundo as autoridades libanesas. Além de Hariri, os comandantes de artilharia e mísseis antitanque do Hezbollah na região também foram mortos, disseram os militares israelenses.
Fuente
Endless Thinker
