O Banco Central Europeu (BCE) na reunião desta quinta-feira considerou que a carteira de títulos adquiridos em mercado no âmbito da política monetária expansiva de Mario Draghi e Christine Lagarde está a diminuir “a um ritmo comedido e previsível, dado que o Eurosistema não conseguiu reinvestir pagamentos de principal sobre títulos vencidos.”
Da reunião de 12 de setembro a 11 de outubro, a carteira de títulos, adquirida no âmbito dos programas de política monetária lançados por Draghi desde 2014 e por sua sucessora Lagarde contra os efeitos da pandemia em março de 2020, foi reduzida em cerca de R$ 25 bilhão, cerca de 0,5%. . Desde o início do ano, já foi reduzido em R$ 300,5 bilhões, pouco mais de 6% dos R$ 4,7 bilhões que registrava no final de dezembro de 2023.
Em 11 de outubro, a carteira contava com ativos no valor de R$ 4,39 trilhões, dos quais 87% são títulos de dívida pública.
Atualmente, e até o final do ano, serão reinvestidos apenas os reinvestimentos de títulos do programa emergencial contra os efeitos da pandemia (PEPP), até o valor máximo de R$ 7,5 bilhões por mês.
Houve outra redução de peso nos ativos do BCE, no montante das operações de financiamento de longo prazo (conhecidas pela sigla LTRO), que o setor bancário utiliza para reforçar a sua liquidez. Este valor foi reduzido em 54% entre a reunião de 12 de setembro e 11 de outubro. Passou de R$ 86,2 bilhões para R$ 39,9 bilhões.
No passivo do banco central, no mesmo período já referido, registou-se uma diminuição de 7,6 mil milhões no montante de depósitos que o sector bancário tinha “estacionado” nos cofres do Eurosistema, ou seja, nos bancos centrais nacionais. . Os depósitos na chamada facilidade permanente de depósito diminuíram de 3,016 mil milhões para 3,008 mil milhões de euros. Recorde-se que a taxa de remuneração destes depósitos caiu de 4% em Setembro do ano passado para 3,5% em Setembro deste ano. Ou seja, da taxa mais atrativa da história, em setembro de 2023, a remuneração caiu meio ponto percentual em setembro passado e, a partir de 23 de outubro, cai para 3,25%.
Com sucessivos cortes na taxa de remuneração dos depósitos, o BCE pretende desencorajar o “estacionamento” de liquidez excessiva do setor bancário no BCE e incentivá-lo a financiar a economia.
Embora a política monetária do BCE permaneça “restritiva”, sem estimular a economia da zona euro, a redução da taxa de remuneração dos depósitos visa encorajar os bancos comerciais a injetarem mais recursos na economia real. A política monetária permanece “restritiva”, uma vez que as taxas directoras do BCE permanecem acima da inflação na área do euro.
Christine Lagarde disse que, apesar das restrições da política monetária, não espera que a economia do euro entre em recessão este ano, apesar da situação muito negativa na Alemanha, a maior economia do euro.
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Endless Thinker