Estamos em geografias diferentes, com problemas diferentes e de dimensões diferentes, mas há espaço comum suficiente que une Portugal e a América Latina que nos permite partilhar experiências no combate aos grandes desafios urbanos e perceber como todos podem beneficiar.
As alterações climáticas, a sobrepopulação, o turismo, a gestão de resíduos, a regeneração urbana, a utilização de espaços verdes ou a electrificação da economia foram alguns dos temas que estiveram em debate ao longo da manhã na Casa da América Latina, em Lisboa, na conferência “Renaturalização e Revitalização Urbana”, organizado pelo CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina e das Caraíbas, e que teve como anfitrião o Expresso parceiro de mídia.
Apresentado pela jornalista da SIC Ana Peneda Moreira, o evento contou com a presença de Antônio Almeida Lima, vice-presidente do Comitê Executivo da Casa da América Latina; Almudena Maíllo, secretária geral da União das Cidades Capitais Ibero-Americanas (UCCI); Christian Asinelli, Vice-Presidente Corporativo de Programação Estratégica da CAF; Ángel Cárdenas, diretor de Desenvolvimento Urbano, Água e Economias Criativas do CAF; Paola Pabón, prefeita de Pichincha, Equador; Gabriel Madrid Orue, prefeito de Piura, Peru; Leonor Picão, diretora coordenadora do Departamento de Recursos e Oferta Turística de Portugal; Rui Manuel Serrano Raposo, presidente da Câmara da Vidigueira; Emil Rodríguez, diretor de Habitat e Mobilidade Sustentável do CAF; Leonardo Boto, prefeito de Luján, Argentina; Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais; Karla Montes, Coordenadora de Planejamento Urbano, Santa Ana, Costa Rica; Susana Abreu, responsável pela Divisão de Negócios Internacionais da LIPOR; Mônica Cappellini, presidente do CEAMSE, Argentina; Juan Alberto Álvarez Andrade, prefeito de Chancay, Peru; Ana Loureiro, administradora da Mota-Engil Ambiente e membro do ISW; Sergio Díaz-Granados, Presidente Executivo da CAF; e Joaquim Miranda Sarmento, Ministro de Estado e das Finanças.
Conheça as principais conclusões.
Mudanças ambientais
- “Estamos aqui para falar de resiliência”, alertou Almudena Maíll.
- Os impactos das alterações climáticas na gestão das cidades já são inegáveis e os responsáveis procuram soluções que mantenham o equilíbrio entre a proteção do ambiente e a manutenção de serviços eficientes à população.
- “As cidades pertencem aos cidadãos”, disse Ángel Cárdenas, para quem enfrentamos uma situação de “tempestade perfeita”, pelo que dentro de alguns anos haverá um grande desafio.
Economia sustentável
- Segundo Gabriel Madrid Orue, “estamos experimentando novos conceitos”.
- Joaquim Miranda Sarmento, por exemplo, fala em “reforçar a aposta na mobilidade verde”, “eliminar a burocracia nas políticas de licenciamento” ou “concursos públicos para projetos de armazenamento de energia”.
- O esforço deve ser lógico e cumprir os objectivos ambientais, e as cidades devem fazer a sua parte.
Pressão populacional
- Entre o aumento da população urbana e dos turistas, as infra-estruturas das cidades enfrentam pressões que afectam todos os serviços.
- “Ajudamos os turistas a comprometerem-se com a sustentabilidade dos territórios” e a “fazerem parte da cadeia de valor”, acredita Leonor Picão.
- É importante promover uma “mudança de comportamento nas próprias populações”, sustenta Carlos Carreiras.
Coleta de lixo
- O saneamento é um dos maiores desafios que as cidades enfrentam e os responsáveis procuram articular soluções práticas e inovadoras para enfrentar a situação.
- Karla Montes destaca “a aliança público-privada” na resposta.
- “Os aterros existem”, lembra Ana Loureiro, e “às vezes a solução mais imediata é a construção de um aterro. Isso tem que andar de mãos dadas.”
- Por outro lado, acrescenta que “é inevitável olhar para a digitalização e para as ferramentas oferecidas pela inteligência artificial”.
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Fuente
Endless Thinker