“Acho fundamental sair um pouco da política e dar espaço à economia”, questionou esta sexta-feira o ministro da Economia no encerramento da segunda edição do Coimbra Invest Summit. Pedro Reis, que elogiou a capacidade de reinvenção do município, coube enviar uma mensagem à oposição num momento em que a viabilidade do Orçamento do Estado para 2025 continua suspensa.
“Portugal está num bom momento. Espero que tenhamos o bom senso, ou a responsabilidade, de que quando nos pedem horizontes não damos calendários eleitorais. “Quando nos pedem estabilidade para investir, não devemos criar um circo político”, insistiu Pedro Reis, que disse também preferir ver-se como um “Ministro dos Negócios”: “Gosto mais disso do que de Ministro da Economia, é menos pomposo”, reforçou.
No dia em que termina a cimeira dedicada à captação de investimentos para a cidade do conhecimento, o presidente da Câmara de Coimbra já está de olho na próxima edição. “Estamos pensando em adicionar o conjunto do turismo no próximo ano. Coimbra ainda tem muito espaço, em conjunto com os nossos parceiros, para aproveitar o que o turismo tem de bom e tentar evitar, a exemplo de outras cidades, o que há de menos bom”, afirmou José Manuel Silva.
Depois de um segundo dia dedicado à tecnologia e ao setor espacial (lembre-se AQUI principais conclusões), esta sexta-feira foi altura de centrar a reflexão nas questões associadas à prestação de serviços de saúde e à inovação neste domínio. A manhã ficou ainda marcada pelo anúncio de uma aliança entre o Instituto Pedro Nunes (IPN) e a Saúde de Coimbra (Unidade Local de Saúde de Coimbra) para a instalação, no Hospital de Coimbra, de uma delegação do IPN dedicada à disrupção e testagem de soluções. O objetivo é facilitar a tradução do conhecimento do laboratório para o mundo real.
Ao longo do evento, que reuniu dezenas de novas empresasempreendedores e decisores, ainda houve tempo para abrir as inscrições para o Prémio de Empreendedorismo Feminino, que irá reconhecer projetos inovadores liderados por mulheres num valor total de 5.000€. As inscrições podem ser feitas até 8 de novembro.
Registro AQUI a lista completa de participantes e, abaixo, as principais conclusões do último dia do Coimbra Invest Summit 2024:
Promover a inovação na área da saúde
- Coimbra já foi conhecida como o centro da medicina em Portugal, título que a cidade parece querer renovar apoiando o fortalecimento de um ecossistema de inovação em saúde. Apesar da qualidade do talento e da proliferação de novas empresasExistem desafios que devem ser enfrentados para melhorar a competitividade da inovação nacional no mundo. “Precisamos de mais networking”, sugere Marta Passadouro, da EIT Health Innostars, uma organização europeia que aproxima as pessoas. novas empresasacademia e indústria em toda a Europa.
- Para Carlos Alcobia, da Sensing Future Technologies, “Coimbra deve continuar a promover os ecossistemas” e, acima de tudo, garantir que existe uma colaboração eficaz entre pequenos empreendedores e grandes empresas, nomeadamente para testes de conceito. “Temos um programa de inovação aberta onde pedimos aos hospitais que nos tragam desafios e depois abrimos um chamar para novas empresas para ajudar a resolver estes desafios”, partilha Marta Passadouro.
- O presidente do Health Cluster Portugal (HCP), Joaquim Cunha, acrescenta outro grande desafio para o setor: “precisamos de fazer mais com menos, acho que infelizmente estamos confrontados com isso”. Para os responsáveis, isto significa ter de incorporar mais e melhor tecnologia na prestação de cuidados, mas também aumentar as atividades de investigação e desenvolvimento. “Talvez, em vez de subsidiar os gastos com inovação, tenhamos que começar a subsidiar os resultados”, sugere.
- Por outro lado, Joaquim Cunha também elenca a troca de dados de saúde como uma das principais questões para o futuro do sector. “Precisamos desenvolver uma estratégia nacional digital e de dados na saúde, que não existe e deveria”, acrescentou.
- Para aproveitar o potencial de inovação na saúde, a Unidade Local de Saúde de Coimbra (que se quer afirmar como Coimbra Saúde) assinou uma aliança com o IPN que consiste na instalação de uma delegação do instituto no Hospital de Coimbra. “O que queremos é eliminar muitos dos obstáculos para que os inovadores, que estão fora do sistema de saúde, engenheiros e outros, possam estar presentes no hospital e interagir diariamente com os profissionais de saúde e estejam disponíveis para aceitar os desafios da inovação”, explicou João Gabriel Silva, da direção do IPN.
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